Como Minimizar os Impactos das Diferenças Individuais e Obter Resultados Satisfatórios? Que Teorias Explicam o Funcionamento da Cognição Humana? Por Que é Tão Difícil Trabalhar Com Pessoas? O Indivíduo se Comporta Conforme Suas Percepções ou de Acordo Com a Realidade? 6h6w5m
As relações humanas no trabalho deveriam ocorrem de maneira ininterrupta a partir da interação entre duas ou mais pessoas. Essa habilidade é essencial para que as organizações obtenham um clima produtivo, harmonioso que gere empatia, colaboração e alinhamento de objetivos.
Porém, é consenso afirmar que a falta de habilidades para lidar com pessoas é um fator preponderante para o não alcance desses objetivos e, mesmo que as pessoas tenham todo o conhecimento técnico necessário para desenvolver suas atividades, as deficiências nos relacionamentos levam a não otimização dos esforços para a obtenção de resultados.
Pode-se – em alguns momentos – usar o termo “sabotar”; ou seja, mesmo tendo toda a competência, as pessoas podem lançar mão de comportamento não produtivo e ainda atrapalhar o trabalho dos outros membros da equipe.
As organizações investem fortunas em treinamentos de integração e motivação, buscam implantar novas ferramentas de gestão, novos métodos de trabalho e ainda assim percebem que os resultados poderiam ser melhores. Então pergunta-se:
Para alguns, as respostas são fáceis na teoria; pois, na prática a situação se complica. Não basta ter boa vontade de transformar o ambiente em um lugar amigável, produtivo e com performance elevada, é necessário engajar as pessoas na causa, incluí-las no processo e dividir os louros de cada conquista.
O objetivo deste pequeno texto não é apresentar uma fórmula mágica para ter um ambiente onde todos trabalhem como uma música de uma nota só. É tentar demonstrar que mesmo com as diferenças pode-se alcançar resultados relevantes como uma sinfonia com muitas notas diferentes, mas todas dispostas com harmonia e em um ritmo estabelecido de acordo com o momento e a necessidade da organização.
O Elemento Humano e Sua Variabilidade
O homem é um ser gregário e como tal tem uma irreprimível necessidade de viver em sociedade. Está inserido em vários grupos: família, trabalho, igreja, equipes de esportes e outros e, para qualquer um destes ambientes, existe uma complexidade e uma dinâmica para se viver.
Desta forma, entendemos que o homem possui uma variabilidade enorme onde cada pessoa é um fenômeno multidimensional, sujeito às influências de uma série de variáveis.
Entender as nuances que compõem o comportamento humano não é algo simples de fazer, não é uma matemática.
Mesmo que as empresas tenham vários instrumentos para avaliar o comportamento, que mapeiam o perfil e tentam levantar os traços de personalidade, as informações obtidas não são suficientes para compreender as pessoas em sua total complexidade.
Cognição Humana
Cognição é a forma como a pessoa percebe e interpreta a si e ao seu meio externo. Funciona como um filtro pessoal na qual ela forma e estabelece uma opinião sobre o que vê, sente e pensa. Duas teorias explicam como funciona a cognição humana: a Teoria de Campo de Lewin e a Teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger (CHIAVENATO, 2006).
Teoria de Campo de Lewin
Essa teoria defende que o comportamento humano é dependente de dois (2) fatores:
O campo dinâmico é chamado campo psicológico, que é o espaço de vida que contém a pessoa e seu ambiente psicológico. Este campo psicológico é o que a pessoa interpreta a si e ao mundo externo.
É o meio ambiente em que pessoas, objetos, situações podem ter valências diferentes, sendo valência positiva quando atraem e vão ao encontro das necessidades do indivíduo e sua satisfação é negativa quando podem ou sugerem causar algum dano ou prejuízo.
A primeira atrai e a segunda causa repulsa, criando nesta situação uma força, um vetor. Um vetor tende a criar a “locomoção” em certa direção. O modelo de comportamento humano proposto pela teoria de campo pode ser representado pela equação:
C= f (P,M); Onde
Teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger
Baseia-se na premissa de que a pessoa se esforça para manter a coerência entre suas cognições (convicções, opiniões). Quando a pessoa tem uma crença sobre algo e age diferente do que acredita, ocorre uma situação de dissonância. A dissonância e a contradição são as das principais fontes de inconsistência no comportamento. O elemento cognitivo é uma convicção que o indivíduo tem sobre si mesmo e o ambiente. Estes três (3) elementos podem estar relacionados de três maneiras:
Quando ocorre uma dissonância o indivíduo entra em um conflito íntimo e procura adotar algumas formas para sair deste desconforto:
A partir destas duas (2) teorias – Teoria de Campo de Lewin e Teoria da Dissonância Cognitiva de Festiger – pode-se entender que o indivíduo se comporta conforme suas percepções e não de acordo com a realidade; ou seja, ele reage de acordo com aquilo que lhe é confortável ou não com suas cognições.
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O capital humano nas organizações. São Paulo: Atlas, 2006.
WANDERLEY, J.A. Negociação Total: Encontrando soluções, vencendo resistências, obtendo resultados. São Paulo: Gente, 1998.
Fonte: Brasil Escola - /curiosidades/a-variabilidades-das-reacoes-comportamentais.htm