Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS-2009) a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas. De acordo com o órgão, a depressão será também a doença que mais gerará custos econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos com tratamento e às perdas de produção. Estes dados denotam a necessidade de pesquisas voltadas ao tratamento desta doença com vistas a melhoras significativas na vida das pessoas e diminuição do número de óbitos. As últimas décadas foram extremamente promissoras em pesquisas relativas à utilização de medicamentos antidepressivos e estabilizadores de humor. Após 1950, quando surgem as drogas antidepressivas, grandes avanços aconteceram na área clínica e no entendimento dos mecanismos e processos relativos aos transtornos depressivos. 1 A depressão é uma psicopatologia que pode aparecer em pessoas de diferentes idades e classes sociais e tem como sintomas característicos: alteração mórbida do humor, tristeza profunda, apatia generalizada, abandono, culpa, desesperança, incapacidade de sentir prazer, idéias suicidas entre outros. Além destes sintomas, o quadro clínico muitas vezes inclui alterações do sono, apetite, função sexual e psicomotricidade, palpitações, dificuldade respiratória entre outros. É freqüente algumas pessoas confundirem tristeza com depressão, o que em muitas ocasiões pode ser um problema. A tristeza é um sintoma psicológico comum, decorrente de alguma perda, insatisfação profissional ou pessoal, mas que de forma alguma representa o quadro depressivo, que caracteriza-se por um período maior, uma tristeza profunda e uma série de eventos recorrentes. Uma pessoa triste pode se tornar deprimido caso o quadro de tristeza seja profundo e constante. A depressão pode ser tratada de diversas formas. Hoje temos a consciência de que a melhor alternativa é a utilização do tratamento farmacológico, que fornece melhoras significativas em termos de regulação de neurotransmissores do sistema nervoso central, acoplado ao tratamento psicológico que fornecerá progressos ao paciente na medida que contribui ao lidar com as emoções. Por muito tempo questionava-se se a depressão seria um processo físico ou psicológico. Hoje concebe-se a idéia de indissociabilidade entre mente e o corpo o que indica que a depressão é um processo tanto físico quanto psicológico e por isso, a necessidade da combinação das duas modalidades no tratamento. Até os anos 80 haviam duas classes de antidepressivos, os antidepressivos tricíclicos (ADTs) e os inibidores de monoaminooxidase (IMAOs). Embora fossem de grande eficácia, apresentavam efeitos colaterais indesejáveis em função da inespecificidade de sua ação farmacológica e eram potencialmente letais em casos de superdosagem.2 Existem vários tipos de depressão: 1i245j
Atualmente existem vários tipos de medicamentos antidepressivos tais como: antidepressivos tricíclicos (ADT), inibidores seletivos de recaptação da serotonina (ISRS), inibidores seletivos de recaptação da noradrenalina (ISRN), inibidores da enzima mono amino oxidase (IMAO), antidepressivos atípicos e estabilizadores do humor. Geralmente apresentam metabolização hepática, tempo de meia vida por volta de 24 horas e efeitos colaterais graves, o que implica na necessidade de novas pesquisas com a finalidade de manter a atividade desejada e minimização destes efeitos. Isso possibilita grande avanço na ciência e de certa forma, contribui para a melhoria na qualidade de vida da sociedade na contemporaneidade.
1. Stahl SM. Psychopharmacology of Antidepressants. London: Martin
Dunitz; 1997.
2. Kessel JB , Simpson GM.Tryciclic and Tetracyclic Drugs. In: Kaplan HSadock BJ, editors. Comprehensive Textbook of Psychiatry. 6th ed.
Baltimore: Williams e Wilkins; 1995. p. 2096-112
Autores:
Aldo Sena de Oliveira (PG) - É mestrando em Química pela Universidade Federal do Espírito Santo e possui graduação em Química pela Universidade Federal de Lavras (2007) . Tem experiência na área de Química, Ensino de Ciências (Química para crianças) e Química Medicinal, com ênfase em Síntese Orgânica, derivados aminonaftoquinônicos com potencial atividade anticâncer.
Artur Rodrigues Machado (IC) - Atualmente é aluno de Graduação (Bacharelado) em Química pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Tem experiência na área de gerenciamento, tratamento de resíduos químicos,síntese orgânica e Química Medicinal. Atualmente atua na área de síntese assimétrica no desenvolvimento de novas substâncias com potenciais atividades farmacológicas.
Fonte: Brasil Escola - /saude/psicofarmacologia-antidepressivos.htm